Pais de jovem morto em festa junina no Rio se revoltam:
Publicado em 19/05/2025 16:15 • Atualizado 09/06/2025 15:58
Jornalismo
 

 


Encontro desta segunda-feira (9) começou com um assunto que causou revolta: a morte do jovem Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, que morreu após ser baleado enquanto estava se divertindo em uma festa junina na comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, na madrugada do sábado (7). Além dele, outras cinco pessoas foram atingidas no tiroteio, durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope).

Mônica e Fernando Guimarães, pais de Herus, foram ao programa para denunciar a ação da polícia e pedir justiça. Aos prantos, a mãe do jovem não segurou as lágrimas ao narrar os momentos de terror que a família viveu.

 

"É muita dor, Patrícia. Eu não consigo dormir, não consigo comer. Eu vi tudo. Eu pedi tanto para deixarem eu salvar o meu filho. Era só eles deixarem a gente levar, Patrícia. Demoraram, arrastaram o corpo do meu filho escada abaixo. O meu filho estava tão machucado. Eu vi o meu filho com o tiro de fuzil que atravessou o corpo dele. O meu filho não teve chance em momento algum", desabafou Mônica.

 

No Encontro, pais de jovem morto em festa junina no Rio, se revoltam e denunciam ação da polícia — Foto: TV Globo

No Encontro, pais de jovem morto em festa junina no Rio, se revoltam e denunciam ação da polícia — Foto: TV Globo

Fernando relembrou os momentos que antecederam a ação do Bope que causou a morte de seu filho. "Primeiramente, o meu filho não é vigia, como foi taxado. Nós estávamos próximos à casa da minha sogra, que mora na localidade onde ocorreu a festa junina. A minha esposa viu os policiais do Bope saindo de um acesso lateral à uma vila, e nesse momento, ela só me puxou e nós entramos para dentro da casa da minha sogra. Inclusive, uma casa de quarto e sala, de 35 metros quadrados, onde foram abrigadas mais de 40 pessoas, por alto", contou ele.

Segundo Mônica e Fernando, do alto da comunidade, onde ocorreu a ação, os policiais tinham plena visibilidade da festa junina que ocorria no momento.

"Por onde eles entraram, que foi de onde partiram os tiros, onde meu filho foi assassinado, eles deram de frente com a quadrilha da festa junina em formação já para entrar, com as roupas extremamente brilhosas, gente. Não tem como não ver aquelas roupas, não tem como não ver a quantidade de crianças que tinha ali. Não tem como", revoltou-se Mônica.

 

"Não tem explicação. Todo mundo se divertindo, todo mundo dançando, e eles já entraram atirando. Meu filho foi alvejado saindo de uma padaria. Ele tinha acabado de fazer o pagamento do lanche dele, que ele tinha ido comprar. O telefone dele foi encontrado aberto no pagamento do pix que ele tinha acabado de fazer".

 

 

 

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